Às formigas não param dia e noite trabalham. Pobre formigas, que trabalha feito escravas. Formigas enfileiradas, formigas padronizadas, Formigas comandadas, formigas até que solidárias:
-Sobrevivem da mesma dor. Observei as formigas… Fui mirar a lua e as estrelas. Que tédio, acendo o cigarro E solto a fumaça para o nada. O ser querendo desabar. Volto para mirar as formigas E toda uma sociedade criada pelas Formigas… Fechei os olhos Vi todo um filme: Sociedade de pessoas Enfileiradas, padronizadas, manipuladas, Escravizadas, comandadas, Que muito trabalham Na busca do futuro E muito são condenadas. Acendo o cigarro E deixo a noite passar!
Sábado, 2 de abril, às 15h, “Tome Poesia, Tome Prosa”.
Com a mediação de Antônio Mariano, e a participação de Noélia Ribeiro, Rubens Jardim e Margarida Patriota, no Sábado, 2 de abril, às 15h, tem “Tome Poesia, Tome Prosa”.
Acabei de fazer a leitura do poema “Sou negro”, autoria de Solano Trindade, publicado pelo Carlos Verçosa, no Meta. 19 de fevereiro foi o dia e o mês de falecimento de Solano Trindade.
Leiam:
SOLANO TRINDADE ⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚪🖋 SOU NEGRO °°°°°°°°°°°°°° Sou negro meus avós foram queimados pelo sol da África minh`alma recebeu o batismo dos tambores atabaques, gongôs e agogôs
Contaram-me que meus avós vieram de Loanda como mercadoria de baixo preço plantaram cana pro senhor de engenho novo e fundaram o primeiro Maracatu
Depois meu avô brigou como um danado nas terras de Zumbi Era valente como quê Na capoeira ou na faca escreveu não leu o pau comeu Não foi um pai João humilde e manso
Mesmo vovó não foi de brincadeira Na guerra dos Malês ela se destacou
Na minh`alma ficou o samba o batuque o bamboleio e o desejo de libertação.
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O escritor Antônio Seixas lembra Solano Trindade grande poeta, diretor de teatro e agitador cultural dos anos pós-guerra.
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SOLANO TRINDADE °°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°° ☆
Em 19 de fevereiro, recordamos o falecimento, no Rio de Janeiro, do poeta pernambucano Solano Trindade (1908-1974). Participou do I Congresso Afro-brasileiro, no Recife (1934), ao lado de Gilberto Freyre; da criação do Teatro Experimental do Negro (1944), com Abdias do Nascimento; e da criação do Teatro Popular Brasileiro (1950), com Edison Carneiro. Publicou: Poemas negros (1936); Poemas d´uma vida simples (1944); Seis tempos de poesia (1958); Cantares ao meu povo (1961).